Chiclete com Banana
A Quadrilha Chiclete com Banana foi fundada em 19 de abril de 1987
No Bairro da Vila Rica/Cohab - Jaboatão dos Guararapes. A ideia de organizar
o grupo nasceu com Manoel Andrade (Pato), Wildo Lucena, Joseane da Silva, Jeilton da Silva, Quitéria e Marcus, que insatisfeitos com as discórdias de
uma quadrilha que existia no bairro, resolvem criar uma nova brincadeira.
O nome foi sugerido por Pato, marcador do grupo no seu primeiro ano,
em referência a música de Jackson do Pandeiro: Chiclete com Banana. Esse
período também era marcado pelo sucesso das músicas baianas no país,
em especial, o grupo Chiclete com Banana, cujo LP com músicas do ritmo
junino (Sonhei que eu era balão dourado,Riacho do navio corre pro Pajeú...)
inspirou o repertório de toda quadrilha.
No período de 1989 a 1991, a quadrilha ficou sem sair devido à falta de
componentes, estes atraídos pelo trabalho de outro grupo da comunidade
de Vila Rica. Em 1992, Chiclete volta aos arraiais com 22 casais, deixando seu estilo matuto e adotando uma forma mais moderna de fazer quadrilha.
Desde então, passam a adotar um formato de trabalho diferenciado, modificando
o modelo tradicional de trilha sonora, colocando músicas baianas
no repertório (Daniela Mercury, Netinho, entre outros), figurinos com cores
vibrantes em tons de verde-limão, amarelo-limão,laranja,rosa-choque e Roxo
Entre os nomes responsáveis por essas mudanças, o casal de noivos Rejane
Santana e Michel Kleber, Wildo Lucena
e Alexandre Mórmon (conhecido como Alexandre Baluarte), marcador, coreógrafo e estilista, destacam-se
na condução do grupo que ganhou o seu primeiro concurso fora do bairro
de origem, conquistando espaço na programação dos principais festivais
de quadrilhas juninas do Recife e Região Metropolitana: o Pernambucano
(Sítio Trindade, pela Prefeitura do Recife) e o da Rede Globo Nordeste.
O ano de 1994
foi marcante para o grupo. Chiclete com Banana conquistou
o 2° lugar do concurso de Quadrilhas Juninas da Rede Globo e seu casal
de noivos ganhou suas primeiras medalhas como melhores noivos do Pernambucano.
Desse ano em diante, muitas conquistas marcaram a historia do grupo.
Em 1995, Alexandre Baluarte ganhou como melhor marcador,
Fabiana Teixeira foi eleita a primeira Rainha das Quadrilhas Juninas de
Pernambuco, pelo Festival da Prefeitura do Recife; Rejane e Michel conquistaram
mais um prêmio de melhor casal de noivos, além de muitos outros títulos
nos arraiais de bairros como Casa Amarela, Ibura e Olinda.
Dos concursos que participaram, ganharam o
1° lugar 38 vezes. Com nove anos de existência, Chiclete com Banana
perde um dos seus fundadores:Alexandre Baluarte
deixa o grupo devido a discordâncias entre a diretoria,
desestruturando a equipe. O tempo prossegue e a Chiclete volta a conquistar títulos.
O grupo cresce, reúne jovens de diversas localidades carentes
do Recife e Região Metropolitana, como Curado, Cavaleiro, Casa Amarela,
Moreno. Determinados, transformam o desejo de mudança da condição
social na qual vivem, em atitude no arraial, na hora de dançar quadrilha,
de sair do anonimato, mesmo que seja por alguns momentos. Em 1998,recebem, pelo
1º lugar no Palhoção de Tia Lú, um troféu com 2.95 cm
o maior de sua coleção –, além de muitas medalhas de destaques, a exemplo
de Fagner Luiz de Souza como melhor cigano, Batgirl (Jairo Miguel do Nascimento)
como melhor intérprete de casamento, Mário Aiala como melhor
componente e Michel Kleber como melhor noivo do Pernambucano.
1999 é mais uma data significativa para a Chiclete: conquista a medalha de “Resgate a Cultura”
no Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas.
No novo milênio, o que se observa é o crescimento entre os grupos, pelo
interesse em pesquisar e estudar temas relacionados ao ciclo junino, os quais
passam a elaborar e desenvolver projetos de pesquisas, que determinam todas
as etapas do processo de criação de uma quadrilha. A Chiclete com Banana
não faz diferente. Ela cria equipes e sistematiza a divisão dos trabalhos:
uns ficam responsáveis pela concepção do tema; outros elaboram o desenho
do figurino, estudam as diferentes tonalidades das cores, escolhem tecidos;
outro grupo se responsabiliza pela trilha sonora, articulada ao coreógrafo,
que junto com o marcador desenvolve os passos, amarrando tudo com a
história do casamento – mote maior para a festa acontecer no arraial.
Entre os temas trabalhados pela Chiclete, destacam-se:
Aboios e Vaquejadas (1995),
Um vôo nas asas dos quatro pássaros do Sertão: acauã, carcará,
assum preto e asa branca (1996),
São João: festa da fogueira e balão, faz
a festa só no meu coração (1997),
Eu vou contar pra você... homenagem a
Luiz Gonzaga (1998),
Quadrilha: tradição que se renova (1999),
Viva São João(2000),
Uma Viagem pela Cultura Popular(2001),
São João das minhas tradições(2002),
Noite de São João(2003),
O Ciclo Junino e suas Tradições(2004),
Festa Junina: vou cair na brincadeira (2005),
Eu quero ver, vocês vão ver: 20 anos de Chiclete com você
(2006). Neste último espetáculo, a quadrilha levou para o arraial um enorme bolo humano, cuja primeira fatia foi
oferecida ao público, em sinal de agradecimento pelo reconhecimento de
todo o trabalho durante as duas décadas. Uma retrospectiva da trajetória
da Chiclete e uma homenagem a todos os marcadores (Pato, Rivaldo, Alexandre Falcão, Angelus Guilherme, Wagner Macklayton, Ednaldo (Nanau),
Anderson (Black), Marquinhos, Marcelo (Miau), Wildo Lucena), compo
nentes, amigos e familiares da quadrilha, encheu de emoção todo o arraial,
que se despediu com muitas lágrimas assistindo ao último espetáculo da
Quadrilha Chiclete com Banana.